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Will passou anos perseguindo a vitória, empilhando troféus como prova de seu valor. Mas quando um estranho de seu passado apareceu em sua porta — um homem que ele não via desde a infância — seu mundo se inclinou. O passado ainda não havia terminado com ele, e nem o tabuleiro de xadrez que ele jurou nunca mais tocar.
Will abriu a porta com um empurrão, entrando em seu apartamento com um suspiro cansado. O ar lá dentro estava viciado, carregando o cheiro de café velho e roupa lavada esquecida. Era uma bagunça — não sujo, apenas… habitado.
Papéis, livros e correspondências fechadas entulhavam a mesa de centro. Um casaco estava jogado sobre uma cadeira. Pratos estavam na pia, esperando por um dia que nunca chegava.
Em uma mão, ele segurava um troféu dourado, ainda frio do salão de torneio com ar condicionado. Outra vitória. Outro título. E, ainda assim, seu peito parecia tão vazio quanto sempre.
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Apenas para fins ilustrativos. | Fonte: Midjourney
“Bem-vindo ao meu desastre”, ele murmurou, olhando para Miley enquanto ela entrava atrás dele.
Miley riu, chutando a porta para fechá-la atrás dela. “Já vi pior.”
Ela entrou, observando o espaço, meio curiosa, meio divertida.
Will colocou o troféu em uma prateleira já abarrotada, encaixando-o entre dezenas de outros, cada um brilhando sob a luz fraca do apartamento. Prova brilhante de seu suposto sucesso.
Então, ele caiu no sofá, esfregando o rosto. Seu corpo doía do longo voo, das partidas intermináveis, das entrevistas, das câmeras, das expectativas.
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Apenas para fins ilustrativos. | Fonte: Midjourney
Vencer exigiu energia. Fingir se importar exigiu ainda mais.
Enquanto isso, Miley passou o dedo pelos troféus, seu olhar percorrendo os certificados emoldurados, as medalhas empilhadas ordenadamente, as fitas presas nas paredes.
“Sabe,” ela refletiu, “algumas pessoas sonham a vida inteira em ganhar apenas um desses.” Ela se virou, dando a ele um pequeno sorriso provocador. “Você tem, o quê, cinquenta?”
Will zombou, inclinando a cabeça contra o sofá. “Mais como setenta.”
Ela riu, mas então seu sorriso desapareceu, substituído por algo mais próximo da curiosidade. “E ainda assim… você não parece se importar.”
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Apenas para fins ilustrativos. | Fonte: Midjourney
“Eu não.”
Miley cruzou os braços, transferindo o peso para um pé. Seu olhar não vacilou. “Então por que você continua fazendo isso?”
Will exalou, olhando para o teto. As rachaduras na tinta pareciam mais interessantes do que responder. Mas o silêncio se estendeu por muito tempo, e Miley estava esperando.
“É tudo o que sei fazer”, ele finalmente admitiu. “Eu toco desde criança. Tenho que provar que não foi perda de tempo.”
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Apenas para fins ilustrativos. | Fonte: Midjourney
Miley inclinou a cabeça, observando-o cuidadosamente. “Provar para quem? Porque claramente não é para você.”
Will sentiu o peito apertar. As palavras eram muito próximas, muito diretas. Sua boca abriu, depois fechou novamente.
Ele se forçou a respirar.
Por fim, ele murmurou: “Alguém que nunca se importou de nenhuma maneira.”
Miley não insistiu. Talvez ela tenha sentido o peso daquelas palavras. Em vez disso, ela voltou sua atenção para a estante ao lado dos troféus.
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Apenas para fins ilustrativos. | Fonte: Midjourney
Os olhos dela percorreram a coleção de tabuleiros de xadrez dele — alguns feitos à mão, outros antigos, alguns presentes de patrocinadores, todos meticulosamente organizados.
Então, no outro extremo da prateleira, ela viu algo diferente.
Um tabuleiro de xadrez de madeira simples e empoeirado.
Estava gasto nas bordas, a madeira escurecida pelo tempo. Sem entalhes intrincados. Sem artesanato caro. Apenas uma tábua simples — esquecida, negligenciada.
Miley estendeu a mão para pegá-lo e tirou uma camada de poeira.
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Apenas para fins ilustrativos. | Fonte: Midjourney
“O que é isso?”
O corpo inteiro de Will enrijeceu.
Num instante, ele se levantou e arrancou o objeto das mãos dela.
“Não toque nisso”, ele retrucou, sua voz mais áspera do que pretendia.
Miley piscou, assustada. “Por quê? É só que—”
“Não quero falar sobre isso.”
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Apenas para fins ilustrativos. | Fonte: Midjourney
Ele o colocou de volta na prateleira, rudemente, como se até mesmo tocá-lo queimasse.
Miley o observou. O modo como suas mãos se fechavam em seus lados. O modo como sua mandíbula estava tensa, olhos distantes.
Algo sobre aquele tabuleiro era diferente. Importante.
Ela não insistiu.
Em vez disso, ela deu um aceno lento. “Ok.”
Mas algo em seus olhos lhe dizia que ela não iria esquecer.
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Apenas para fins ilustrativos. | Fonte: Midjourney
Na manhã seguinte, Will saiu, apertando mais o casaco contra a mordida cortante do ar do início do outono. A cidade cheirava a calçada úmida, café queimado e a promessa nítida de dias mais frios pela frente.
Miley seguiu atrás, esticando os braços. “Então,” ela refletiu, com um tom brincalhão na voz, “onde estamos comemorando sua vitória? Bistrô francês? Lanchonete com café sem fundo?”
Will sorriu. “Vamos terminar a entrevista primeiro, depois nós—”
Suas palavras morreram em sua garganta.
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Apenas para fins ilustrativos. | Fonte: Midjourney
Na metade da escada do seu prédio, ele congelou.
Ali, sentado curvado no concreto frio, estava um homem velho.
Suas roupas estavam esfarrapadas, camadas de tecido puído fazendo pouco contra o frio da manhã. Seu cabelo era grisalho, desgrenhado, levemente cacheado nas pontas, e suas mãos estavam desgastadas e trêmulas, descansando frouxas em seu colo.
Suas botas — se é que se pode chamá-las assim — pareciam mantidas juntas por pura força de vontade.
Miley olhou para o rosto de Will e parou de repente.
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Apenas para fins ilustrativos. | Fonte: Midjourney
“Will…?” ela perguntou suavemente. “Você o conhece?”
O homem se mexeu, como se acordasse de algum pensamento distante. Lentamente, ele levantou a cabeça.
Os olhos que encontraram os de Will eram vazios, cansados, mas familiares.
“Will,” o homem disse, sua voz pouco mais que um sussurro. “Sou eu.”
Will sentiu o coração bater forte contra as costelas. Rápido demais. Forte demais.
Suas mãos se fecharam em punhos. Seu peito apertou.
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Apenas para fins ilustrativos. | Fonte: Midjourney
“Não,” ele murmurou. “Você não está aqui. Você não é real.”
O velho engoliu em seco, seu pomo de adão balançando contra sua pele fina e enrugada.
“Eu sou real,” ele disse, mais firme dessa vez. “Meu nome é Neville. Eu sou seu pai.”
Silêncio.
Miley se virou para Will, piscando em choque. “Espera. Seu pai?”
Ela se virou para Neville, sua voz mais gentil agora. “É um prazer conhecê-lo. Talvez possamos ajudar—”
“Não.”
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Apenas para fins ilustrativos. | Fonte: Midjourney
A voz de Will era cortante. Fria.
Sua mandíbula travou. Seu pulso rugiu em seus ouvidos. O mundo tinha se borrado, estreitando-se para este momento insuportável.
Neville. Seu pai. Um homem que ele enterrou em sua mente anos atrás.
Will forçou seus pés a se moverem, passando pelo homem sem dizer mais nada.
“Will.” A voz de Miley era gentil, confusa.
Ele continuou andando. “Vamos.”
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Apenas para fins ilustrativos. | Fonte: Midjourney
Miley hesitou, olhando entre Will e Neville. O velho não se moveu. Ele apenas observou seu filho ir embora, como se esperasse por isso.
Como se soubesse que esse seria o único resultado.
Miley finalmente suspirou e correu para alcançá-la.
Eles entraram no carro. O silêncio os oprimia como um peso.
Miley se remexeu no assento, lançando um olhar furtivo para a postura rígida de Will, suas mãos segurando o volante com força suficiente para deixar seus nós dos dedos brancos.
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Apenas para fins ilustrativos. | Fonte: Midjourney
Finalmente, ela falou. “Will… o que aconteceu?”
Will olhou para frente, sua voz monótona. “Ele está morto. No que me diz respeito, ele está morto há dez anos.”
Ela piscou. “Você o viu há dez anos?”
“Não. Doze. No meu aniversário.”
Miley o observou cuidadosamente. “E?”
Os dedos de Will tamborilavam no volante. Sua mandíbula cerrou. Ele não queria falar sobre isso.
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Apenas para fins ilustrativos. | Fonte: Midjourney
“Ele me deu um tabuleiro de xadrez”, ele finalmente murmurou. “Então ele foi embora.”
A respiração de Miley engatou. Ela se virou levemente no assento, realmente olhando para ele agora. A maneira como seus ombros estavam tensos, travados no lugar. A maneira como sua boca estava fixada em uma linha dura, como se falar as palavras em voz alta as piorasse.
“Ele já te disse o porquê?” ela perguntou suavemente.
“Não.” Sua voz era cortante. Final. “E eu não me importo.”
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Apenas para fins ilustrativos. | Fonte: Midjourney
Miley exalou, balançando a cabeça. “Você não quer pelo menos ouvi-lo?”
“Não.”
Silêncio.
“Pare o carro!”
Will parou. Então, Miley estendeu a mão para a maçaneta da porta.
A cabeça de Will virou-se bruscamente em direção a ela. Seu peito apertou.
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Apenas para fins ilustrativos. | Fonte: Midjourney
“O que você está fazendo?”
“Estou saindo.”
Seu tom era calmo, mas firme.
Will apertou o volante com mais força. Não era assim que deveria ser.
Ele procurou o rosto dela — frustração, decepção. Outra coisa.
Miley abriu a porta, saindo para a calçada. Ela não a bateu. Ela não gritou. Ela apenas saiu.
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Apenas para fins ilustrativos. | Fonte: Midjourney
Will observou-a ir embora.
E ele deixou.
As luzes brilhantes do estúdio pareciam estar perfurando o crânio de Will. Ele sentou-se rigidamente, dedos entrelaçados, forçando-se a manter a compostura enquanto as câmeras davam zoom em seu rosto.
“Então, Will,” o entrevistador sorriu, claramente aproveitando o momento mais do que Will, “outra vitória brilhante. Qual é o seu segredo?”
Will manteve a voz neutra. “Preparação. E sorte.”
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Apenas para fins ilustrativos. | Fonte: Midjourney
O entrevistador riu, balançando a cabeça. “E talento. Vamos lá, vamos ser honestos. Você é um grande jogador. Qual é o seu segredo?”
Will não disse nada. Sua mente já estava se afastando da conversa.
O entrevistador se inclinou para a frente, mudando o tom de voz, como se estivesse prestes a perguntar algo profundo e pessoal.
“Diga-me, houve alguém que te inspirou a tocar?”
A respiração de Will ficou presa.
Pela primeira vez, ele hesitou.
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Apenas para fins ilustrativos. | Fonte: Midjourney
Uma lembrança o atingiu: seu pai, debruçado sobre o tabuleiro de xadrez, guiando suas pequenas mãos, sorrindo quando fazia o movimento certo.
O aperto no peito tornou-se insuportável.
“Eu—” Sua garganta fechou. Ele não conseguia respirar, não conseguia pensar. “Eu preciso ir.”
Will se levantou abruptamente e arrancou seu microfone.
A tripulação o chamou. A voz do entrevistador soou.
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Apenas para fins ilustrativos. | Fonte: Midjourney
Mas Will não parou.
Ele precisava ir para casa. Agora.
A porta se fechou atrás dele, mas ele mal ouviu. Seu peito estava apertado, como se um punho tivesse se enrolado em seus pulmões. Seus pés se moviam sozinhos, passando pelo sofá, pelos troféus, por tudo que antes parecia importante.
O tabuleiro de xadrez de madeira empoeirado.
Seus dedos hesitaram enquanto pairavam sobre ela. Então, pela primeira vez em doze anos, ele se deixou tocá-la. A madeira áspera era fria sob as pontas dos dedos, a poeira manchando sua pele.
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Apenas para fins ilustrativos. | Fonte: Midjourney
Ele engoliu em seco. Então, com um movimento lento e deliberado, ele levantou a tampa.
Lá dentro, aninhada entre os pedaços de madeira, havia uma carta.
Suas mãos tremiam enquanto ele desdobrava o papel amarelado. A tinta tinha desbotado um pouco, mas as palavras atingiram como um soco no estômago.
Meu filho, feliz aniversário. Este tabuleiro de xadrez pertenceu ao seu avô. Agora ele pertence a você. Não o verei amanhã. Fiz algo terrível.
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Apenas para fins ilustrativos. | Fonte: Midjourney
Eu causei um acidente. Devo pagar pelo que fiz. Vou me entregar. Nunca fui o pai que você merecia. Mas sempre te amei. E sempre amarei. Queria poder jogar só mais uma partida com você.
A visão de Will ficou turva. Sua respiração ficou irregular, trêmula. Seu pai não foi embora — ele estava pagando por seus erros.
Uma lágrima escorreu por sua bochecha. Como ele nunca soube?
Então, uma voz. Suave. Cuidadosa.
“Vai.”
Ele se virou, com o coração batendo forte.
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Apenas para fins ilustrativos. | Fonte: Midjourney
Miley estava parada na porta, seu rosto cheio de compreensão e algo ainda mais profundo — esperança. E ao lado dela…
Neville, o que é isso?
O pai dele.
Mais velho, mais fraco que o homem em suas memórias, mas real.
A voz de Neville falhou. “Sinto muito, filho.”
Will olhou para ele. Este homem. Este estranho. Seu pai.
Ele não falou. Em vez disso, ele se virou para o tabuleiro de xadrez.
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Apenas para fins ilustrativos. | Fonte: Midjourney
Com mãos lentas e firmes, ele montou as peças.
Então, ele olhou para cima.
“Jogar?”
A respiração de Neville engatou. Uma lágrima escorreu por sua bochecha. Ele assentiu.
Eles apertaram as mãos.
E pela primeira vez em doze anos, Will estava prestes a jogar com prazer com a pessoa que o ensinou a amar esse jogo.
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Este artigo é inspirado em histórias da vida cotidiana de nossos leitores e escrito por um escritor profissional. Qualquer semelhança com nomes ou locais reais é mera coincidência. Todas as imagens são apenas para fins ilustrativos.
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