Você nunca sabe realmente o que a vida reserva até que uma tempestade de neve traga um adolescente tremendo até sua porta, alegando não ter para onde ir. Foi assim que me vi diante de um passado que pensei ter enterrado e um futuro que nunca imaginei.
Nunca pensei que seria o tipo de cara que se encontraria no meio de uma tempestade de neve, encarando um mistério na porta da frente. Meu nome é Ian. Tenho 33 anos, sou casado com Jenna e estamos esperando nosso primeiro filho em alguns meses.
Um casal grávido feliz | Fonte: Midjourney
A vida deveria ser simples. Tenho um bom emprego em TI, e Jenna é uma fotógrafa freelancer, capturando momentos que parecem passar rápido demais para o resto de nós capturar. Nossos dias são cheios de conversas sobre nomes de bebês, cores de berçário e discussões sobre se abacaxi deve ser colocado na pizza. Coisas normais.
Naquela noite, a neve estava caindo forte. Jenna estava encolhida no sofá, esfregando a barriga distraidamente enquanto rolava o telefone. Eu estava na cozinha, fazendo chocolate quente: Jenna estava desejando loucamente desde a gravidez.
Um homem sorri enquanto segura uma caneca de chocolate quente na cozinha à noite | Fonte: Midjourney
O zumbido suave do aquecedor enchia o ambiente, um contraste aconchegante com o vento uivante lá fora.
“Querida, você acha que deveríamos usar azul ou verde para o berçário?” Jenna gritou, sua voz leve, mas um pouco cansada.
“Eu ainda digo amarelo”, respondi, despejando chocolate em duas canecas. “É neutro, brilhante… e não vai mostrar tanto o cuspe.”
Jenna riu. “Você e sua lógica prática.”
Uma mulher grávida ri enquanto relaxa no sofá | Fonte: Midjourney
Eu estava prestes a levar as canecas quando ouvi uma batida forte na porta. Era incomum, especialmente com o tempo tão ruim. Jenna olhou para cima, um vinco preocupado se formando em sua testa.
“Ian, quem poderia ser a esta hora?” ela perguntou.
“Não faço ideia”, murmurei, largando o chocolate e indo em direção à porta.
Quando a abri, fui atingido por uma rajada de vento gelado que quase me derrubou. Ali, parada, tremendo de frio, estava uma garota que parecia ter uns 15 anos.
Uma adolescente parada do lado de fora de uma casa na neve à noite | Fonte: Midjourney
O cabelo dela estava úmido, grudando na testa, e seus lábios estavam ficando azuis. Ela não estava usando um casaco, apenas um suéter fino e esfarrapado, e seus dedos estavam vermelhos e doloridos de frio.
“Posso ter algo para me cobrir? Um casaco, um cobertor, qualquer coisa?” ela gaguejou, sua voz quase um sussurro.
Havia algo estranhamente familiar em seu rosto, mas não consegui identificar. Seus olhos disparavam nervosamente, como um cervo pego pelos faróis.
“Claro”, eu disse, sem pensar. “Entre, entre — você está congelando.”
Um homem parado na porta da frente de sua casa e olhando para alguém | Fonte: Midjourney
Ela entrou, hesitando como se esperasse que eu batesse a porta na cara dela. Peguei um cobertor do sofá e entreguei a ela. Jenna se levantou, os olhos arregalados de preocupação.
“O que está acontecendo, Ian?” ela sussurrou, mas eu apenas balancei a cabeça levemente. Eu ainda não tinha uma resposta.
A garota se enrolou no cobertor, mas ainda parecia aterrorizada. Ela estava evitando contato visual, olhando para os pés, as mãos tremendo. Tentei deixá-la à vontade.
Uma adolescente parece nervosa e evita contato visual | Fonte: Midjourney
“Qual é seu nome?” perguntei gentilmente.
“Eu… eu não quero falar sobre isso,” ela murmurou, sua voz quase abafada pelo crepitar da lareira. “Por favor, só não chame a polícia. Eu não tenho identidade, e não tenho telefone.”
Isso disparou alarmes na minha cabeça. Por que ela não iria querer ajuda da polícia? Olhei para Jenna. Ela me deu um leve aceno como se dissesse: “Entre no jogo por enquanto.”
“Ok, nada de polícia,” eu disse lentamente. “Mas você está com algum tipo de problema? Tem alguém que podemos chamar para você?”
Um homem parece curioso e preocupado ao olhar para alguém | Fonte: Midjourney
Ela balançou a cabeça vigorosamente, apertando o cobertor com mais força em volta de seu pequeno corpo. “Não… ninguém.”
A voz de Jenna suavizou. “Querida, não estamos aqui para julgar. Só queremos ajudar. Mas você precisa nos dizer uma coisa. Você está fugindo?”
O rosto da garota se contorceu por um segundo. Era como se ela estivesse tentando segurar as lágrimas. “Por favor, eu só… preciso descansar. Vou embora assim que puder.”
Algo sobre ela estava puxando o fundo da minha mente. Aquele rosto… Eu já tinha visto antes, mas onde?
Um homem parece pensativo e confuso enquanto está sentado em casa | Fonte: Midjourney
Quando ela se desculpou para usar o banheiro, notei sua jaqueta pendurada na porta, meio enterrada sob uma pilha de neve. Era velha, desfiada nas bordas, e eu sabia que não deveria, mas minha curiosidade levou a melhor.
Coloquei a mão no bolso, tateando ao redor, e meus dedos roçaram em um pequeno cartão de plástico. Puxei-o lentamente, olhando para a porta do banheiro para ter certeza de que ela não me pegaria bisbilhotando. Era um cartão de identificação, gasto e ligeiramente dobrado.
Um homem parece extremamente chocado enquanto segura um cartão de identificação | Fonte: Midjourney
Quando vi o nome, um arrepio percorreu minha espinha, mais frio que a tempestade de neve lá fora.
Jenna notou a expressão no meu rosto. “Ian, o que foi?”
Olhei para o cartão de identificação na minha mão, meus dedos tremendo levemente. Kenzie Jane Rutherford. Jane… esse era o nome do meio de Dorothy. Eu me senti como se tivesse levado um soco no estômago. O mesmo rosto, o mesmo nome do meio… e aquele sobrenome, Rutherford. O sobrenome do homem por quem Dorothy me deixou todos aqueles anos atrás.
Um jovem confiante olhando para alguém | Fonte: Midjourney
Olhei para Jenna, que estava me olhando com preocupação. “Ian, o que foi?”, ela perguntou novamente, sua voz mais suave agora.
Engoli em seco, ainda tentando processar o que estava na minha frente. “Essa garota… Kenzie… ela é filha de Dorothy”, finalmente consegui dizer, minha voz quase um sussurro.
Os olhos de Jenna se arregalaram. “Dorothy? Você quer dizer… sua namorada do colegial? Aquela que…”
“É,” eu interrompi, concordando. “Aquela que me deixou por Wesley. Essa… essa garota… Kenzie… ela é filha deles.”
Uma adolescente sorri enquanto olha para alguém | Fonte: Midjourney
Kenzie saiu do banheiro, seu rosto pálido, seus olhos cautelosos. Ela notou o cartão de identificação na minha mão, e sua expressão mudou de medo para algo quase como resignação.
“Você… você encontrou”, ela disse calmamente.
“Sim, eu disse”, respondi, minha voz mais firme do que eu me sentia. “Kenzie, você precisa me contar a verdade. Por que você está aqui?”
Ela hesitou, olhando entre Jenna e eu. Seus olhos estavam cheios de medo e desespero. “Eu… eu não sei se eu deveria…”
Uma adolescente parece desesperada e assustada | Fonte: Midjourney
Jenna deu um passo à frente, sua voz gentil. “Querida, não vamos te machucar. Só precisamos entender o que está acontecendo. Por favor, nos conte.”
Kenzie respirou fundo, como se estivesse se preparando para o que estava por vir.
“Ok…” ela começou, sua voz tremendo. “Minha mãe… Dorothy… ela faleceu há um ano, em um acidente de carro. Foi horrível. Depois que ela morreu, meu… meu pai, Wesley, ele… ele descobriu que eu não era sua filha. Ele fez um teste de DNA… e quando viu os resultados, ele simplesmente… me deixou. Disse que não conseguia mais olhar para mim.”
Um homem furioso | Fonte: Midjourney
Senti um nó se formando no meu estômago. “Ele te deixou? Simples assim?”
Kenzie assentiu, com os olhos cheios de lágrimas.
“É. Ele não me queria mais. Ele me mandou para um orfanato… e eu não tinha para onde ir. Mas eu descobri sobre a velha amiga da minha mãe, Avril… ela disse que minha mãe tinha outro namorado, quando ela era jovem. Ela me disse que era você, Ian. E eu… eu não sabia para onde mais ir, então eu… eu fugi e vim para cá.”
Uma adolescente parece triste e emocionada | Fonte: Midjourney
Respirei fundo, tentando processar tudo o que ela estava dizendo. “Então, você acha… você acha que eu posso ser seu pai?”
Kenzie assentiu lentamente, seus olhos buscando os meus. “Eu não sabia mais o que fazer. Pensei que se eu viesse aqui e apenas pedisse ajuda… talvez você me ajudasse, mesmo que eu não fosse sua filha. Mas eu estava com medo de dizer isso abertamente. Eu estava com medo de você me rejeitar.”
Jenna estendeu a mão, tocando meu braço suavemente. “Ian, precisamos ajudá-la. Seja qual for a verdade, ela é apenas uma criança.”
Uma mulher grávida parece preocupada enquanto fala com alguém | Fonte: Midjourney
Eu assenti, sentindo o peso da situação me pressionando. “Kenzie, se houver uma chance… se houver alguma chance de você ser minha filha, precisamos ter certeza. Nós iremos ao hospital e faremos um teste de DNA. Nós descobriremos isso, ok?”
O rosto de Kenzie se suavizou, e ela pareceu relaxar um pouco. “Ok,” ela sussurrou. “Obrigada.”
Foi uma viagem tranquila até o hospital. Fiquei olhando para Kenzie no espelho retrovisor, tentando entender como tudo havia mudado em apenas alguns minutos.
Um homem parece pensativo e preocupado enquanto dirige | Fonte: Midjourney
Dorothy se foi. A garota com quem eu pensava que passaria a vida estava morta, e agora, essa adolescente sentada no banco de trás pode ser minha filha.
Jenna estendeu a mão, apertando minha mão. “Você está bem?”
Eu assenti, mas não tinha certeza. “Não sei, Jenna. Eu só… não consigo acreditar nisso. Eu nem sabia que ela tinha um filho.”
“Ela não te contou?” Jenna perguntou, olhando de volta para Kenzie.
Kenzie balançou a cabeça. “Não… Mamãe nunca falou sobre você. Ela… ela parecia triste às vezes, como se houvesse algo que ela quisesse dizer, mas não conseguia.”
Uma mulher triste e pensativa olhando pela janela | Fonte: Midjourney
Chegamos ao hospital, e o teste de DNA era um borrão de salas esterilizadas e papelada. Kenzie estava nervosa, e eu também, mas Jenna se manteve calma, nos guiando pelo processo. Finalmente, eles coletaram as amostras, e nos disseram que levaria algumas horas até termos os resultados. Decidimos esperar no pequeno café do hospital.
Kenzie pegou um bolinho, seus dedos ainda tremendo levemente. “Então… como ela era? Minha mãe, quando você a conheceu?”
Uma adolescente comendo um muffin sentada em um pequeno café | Fonte: Midjourney
Sorri, as memórias inundando de volta. “Dorothy era… ela era outra coisa. Ela tinha uma risada que enchia uma sala, e ela amava dançar, mesmo quando não havia música. Nós éramos crianças, mas eu pensei que ia me casar com ela.”
Kenzie olhou para baixo, um pequeno sorriso brincando em seus lábios. “Ela me ensinou a dançar quando eu era pequena.”
Jenna se inclinou. “Ela parece ser uma pessoa maravilhosa.”
Uma mulher grávida sorri enquanto está sentada em um pequeno café e conversa com alguém | Fonte: Midjourney
Kenzie assentiu. “Ela estava. Mas… ela cometeu erros. Grandes. Como confiar em Wesley… ele está planejando vender nossa antiga casa agora que ela se foi, como se ela nunca tivesse existido.”
Cerrei os punhos, a raiva fervendo dentro de mim. “Gostaria de saber. Eu teria feito alguma coisa.”
A enfermeira entrou, segurando uma pasta. “Sr. Abrams? Temos os resultados.”
Meu coração batia forte quando o abri. Li as palavras lentamente, duas vezes, só para ter certeza de que não estava imaginando. “Positivo. 99,9% de probabilidade de paternidade.”
Um homem parado no corredor de um hospital olha para um relatório de teste de DNA | Fonte: Midjourney
Minha respiração ficou presa na garganta, e as lágrimas turvaram minha visão. “Kenzie… você é minha filha,” eu sussurrei.
O rosto de Kenzie abriu um sorriso, e então ela estava em meus braços, me segurando forte. Senti o peso de 15 anos perdidos caindo sobre mim, mas também senti uma estranha sensação de alívio.
“Sinto muito”, eu engasguei. “Sinto muito por não estar lá.”
Kenzie se afastou, balançando a cabeça. “Não, você não sabia. Você não poderia saber. Você não precisa se desculpar.”
Uma adolescente parece feliz e emocionada ao olhar para alguém | Fonte: Midjourney
Jenna enxugou uma lágrima da bochecha. “E agora?”, ela perguntou suavemente.
Olhei para Kenzie e, pela primeira vez, senti um sorriso surgir. “Kenzie… o que você acha de pizza?”
Kenzie riu, e foi como se uma luz se acendesse no quarto. “Acho que isso parece perfeito, pai.”
Uma dupla de pai e filha saboreando pizza | Fonte: Midjourney
E assim, saímos para o frio, mas pela primeira vez, me senti aquecido.
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